Questão:
O que significa a palavra "Cambichos" ??
Bruno M
2006-07-01 19:33:21 UTC
Palavra do vocabulário Gaúcho!
Cinco respostas:
Francisco V
2006-07-01 21:29:39 UTC
Cambicho: Apego, paixão, inclinação irresistível por uma mulher.



Quantidade de sites trazem esta definição literalmente transcrita. Um deles é o que indico abaixo, do CTG Vinte de Setembro.



A origem desse vocabulário que tantos transcrevem parece ser esta: Dicionário de Regionalismos do Rio Grande do Sul, de Zeno Cardoso Nunes e Rui Cardoso Nunes. A fonte estava indicada no site "www.gauderios.com".



O sentido que aí se dá é mais específico na área romântica, significando NAMORICO. Em sentido mais amplo seria: fuzarca, folia, farra, vida desordenada, b a c a n a l.
Xidadão!
2006-07-04 19:29:22 UTC
Também gostaria de saber... Quando souber me informe... Pois estou curioso pacas.
alreba2002
2006-07-02 15:59:12 UTC
cambichos que eu sei é canela,ou seja pernas do corpo humano
Fernanda
2006-07-02 02:44:25 UTC
Bem que eu keria saber...
Rob.
2006-07-02 17:26:39 UTC
Millôr Fernandes

La Insignia. Brasil, março de 2005.





O futebol, vocês sabem, "é a atividade que transfere a inteligência da cabeça pros pés". Mas não só dos atletas. Os técnicos às vezes se esmeram. Como no último jogo internacional Colômbia-Brasil em que, chateado com o zero a zero (o Brasil entrou em campo no maior salto alto, Luiz XV mesmo) Parreira desabafou: "Quando um não quer dois não brigam". Quer dizer os adversários se trancaram e ele não pode marcar gous (atenção, revisão, pra mim é assim que se escreve o plural de gol.).



"Prezado professor, recentemente ouvi num programa esportivo de televisão que o plural de "gol" é "gois". Não consigo acreditar. É verdade isso? Abraços."



José Luís



___________________



Meu caro José Luís: da mesma forma que o próprio futebol, o vocabulário a ele relacionado veio também da Inglaterra. Assim que o jogo entrou aqui, foi muito rápida a sua popularização; no início, os vocábulos eram usados no idioma de origem, mas logo passaram a dividir-se por dois destinos diversos: (1) uns foram traduzidos: corner, depois escanteio; center-foward, depois centro-avante; foul, depois falta; referee, depois árbitro ou juiz; off side, hoje impedimento; etc.; (2) outros foram aportuguesados, i.é, adaptados ao nosso sistema fonológico: penalty virou pênalte; foot-ball virou futebol; crack virou craque; score virou escore. A ovelha-negra foi mesmo o "goal", que sempre (não é de hoje) causou tanta controvérsia.



Se ele tivesse sido traduzido, como os do grupo (1), seria algo como "meta", que usamos apenas quando "goal" se refere ao arco formado pelas traves e o travessão, mas não ao tento marcado (como no Francês, onde ambos se chamam "but"). Para o ponto obtido, a bola na rede, mesmo, os falantes preferiram conservar o vocábulo original, pronunciando-o à inglesa, mas adaptando-o aos perfis fonológicos e ortográficos do Português. Aí começou o problema; como já apontava Celso Pedro Luft, desde então o vocábulo passa por uma crise de aportuguesamento.



Em primeiro lugar, a grafia "gol" é uma aberração; não existe em nosso sistema ortográfico qualquer vocábulo terminado em "ol" com a vogal fechada; temos sol, rol, anzol, caracol, todos com a vogal aberta. É verdade que temos alguns vocábulos em /ôis/ - bois, dois, depois, pois -, mas nunca é o plural de "ol". Como diz Luft: "Não existe no sistema da língua a oposição /ôl/:/ôis/". Em nome da coerência, ele sugeria que optássemos por uma das seguintes hipóteses:



(1) pronunciar e escrever à inglesa: "goal", "goals" (entre aspas ou grifado);

(2) gol (com o /o/ aberto), plural góis (como sóis);

(3) golo, com o acréscimo do elemento terminal "o", permitindo o plural normal golos;

(4) gou (com a vocalização do /l/); o plural normal é gous.

(5) gol (com o /o/ fechado), plural gols.



As duas melhores escolhas são a (3) e a (4). A (3), golo, golos, é usada tranqüilamente em alguns estados do país e em Portugal; a (4), gou, gous, tem a grande vantagem de corresponder exatamente à maneira como falamos. A (1), goal, goals, já está anacrônica, pois todos os demais vocábulos futebolísticos evoluíram, no léxico do Português, de um jeito ou de outro. A (2), gol, góis (ambas com o /o/ aberto) é completamente artificial: não se pode impor à escrita o que não existe primeiro na fala (quanta gente esquece esse princípio básico!). Finalmente, a (5), gol, gols (ambas com o /o/ fechado), é um bezerro com cabeça de carneiro: não conserva a grafia do Inglês, nem observa a nossa ortografia. Os dicionários a registram porque essa é a sua obrigação, mas isso jamais vai torná-la normal. Em casos de hesitação como esse, geralmente o passar do tempo termina elegendo uma das formas; no entanto, "goal" já está entre nós há quase cem anos e o problema parece tão vivo quanto no dia em que nasceu. Não sei, não: acho que é um daqueles problemas insolúveis para a nossa ortografia, como Guiana, pizza ou cãibra, para os quais não encontramos uma maneira satisfatória de representar por escrito. Abraço. Prof. Moreno



vai catar coquinho....


Este conteúdo foi postado originalmente no Y! Answers, um site de perguntas e respostas que foi encerrado em 2021.
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